Fifty Shades Freed (2018)

Written by Filipe Manuel Neto on February 20, 2020

Melhorias no roteiro, mas ainda assim é um filme terrivelmente sofrível.

Este filme é o aguardado final da trilogia Fifty Shades: para os fãs, foi o filme do ano, para os "haters", o fim de um tormento. Para mim, o fim de uma má experiência cinematográfica que não chegou a compensar o tempo despendido a ver os filmes. Totalmente arrasado pela crítica, foi no entanto um sucesso de bilheteira, tal como os dois filmes que o antecederam. Tal como fiz na crítica aos dois outros filmes, ressalvo aqui que não li nem tenciono ler os livros originais, por isso vou falar apenas do filme, apesar de saber que muitos problemas relacionados à história contada provêem do mau material original.

Finalmente, Gray e Anastasia casam-se... e finalmente temos um filme com alguma trama além de intermináveis sessões de sexo à bruta. Sim, este filme é o que eu penso ter um melhor roteiro e uma história mais interessante, principalmente por causa do seu final e da ameaça permanente que Jack Hyde vai constituir para o casal Gray. O filme começa bem, com uma invasão aos escritórios das empresas Gray e o roubo de documentos relacionados a Christian e à sua família. Logo percebemos que o casamento de sonho vai ser ameaçado. O problema é que, mesmo com esta notória melhoria, tudo ainda é tão previsível que uma criança de cinco anos conseguiria adivinhar tudo o que vai acontecer sem precisar, propriamente, de uma bola de cristal.

Jamie Dornan e Dakota Johnson continuam a ser maus actores e a fazer um trabalho bastante amador, como nos filmes anteriores. Eric Johnson, que até me tinha agradado no filme anterior, derrapa completamente aqui e torna-se uma espécie de vilão convencional que não assusta ninguém. Kim Basinger termina a sua prestação como uma figurante com linhas, num cameo que tresanda a sub-enredo vestigial, severamente amputado na sala de pós-produção. O problema dos maus diálogos continua bastante presente e eu começo a pensar que isso ode ter ligação com o mau material de origem do filme. É também o filme com as piores cenas de sexo da trilogia. Eles parecem máquinas que ligam e desligam, não há qualquer tipo de paixão ou desejo. Está bem, eu não sou absolutamente fã de cenas de sexo tão intensas, mas dado que o filme as requer, podiam pelo menos ter feito algo melhor.

Escusado será dizer que este filme é totalmente impróprio para crianças e adolescentes, dado o material erótico e a linguagem usada. O filme teve um bom orçamento e, por isso, bons valores de produção, começando com uma boa fotografia, bons adereços de cena, um trabalho de edição satisfatório e uma boa banda sonora, composta por Danny Elfman e com boas canções, como "Love me Like You Do".