How to Lose a Guy in 10 Days (2003)

Написао Filipe Manuel Neto , дана 08. мај 2022.

Está um pouco acima do nível comum das comédias românticas, com personagens simpáticas e um humor familiar e leve que funciona razoavelmente bem.

O cinema está cheio de comédias românticas um pouco idiotas, algumas delas sem qualquer tipo de piada relevante. Mas ao contrário de muitas pessoas eu até gostei bastante deste filme. Não é uma comédia de rebentar de riso, mas tenho de admitir que faz aquilo que promete: dá-nos alguns minutos de bom entretenimento, humor simpático que podemos ver em família sem sentirmos que perdemos o nosso tempo.

O roteiro não é particularmente brilhante, mas funciona decentemente: Andie, uma jovem e promissora jornalista, ansiosa por fazer algo melhor na sua carreira, tem de escrever um artigo acerca dos erros que as mulheres cometem nos seus namoros e relacionamentos, e para isso é desafiada a iniciar um namoro e a colocar em prática esses erros, de modo a, ao fim de dez dias, acabar solteira. Ao mesmo tempo, Benjamin, um publicitário machão com fama de mulherengo, faz uma aposta com o seu chefe: se ele conseguir que uma mulher se apaixone verdadeiramente por ele em dez dias, ele irá conseguir um contracto publicitário muito bom com uma enorme empresa de diamantes. E o destino (se é que podemos chamar destino à malandrice de outra mulher, concorrente de Benjamin e desejosa de ganhar o contracto para si) coloca-os aos dois juntos: ele tem de a fazer apaixonar-se, e ela tem de ser a namorada vinda do Inferno.

O filme é realmente engraçado, com peripécias verdadeiramente inteligentes. Para mim, está muito acima da vulgar comédia romântica, e penso que boa parte do sucesso se deve à excelente performance do “casal” de actores principais. Kate Hudson estava no auge de uma carreira que prometia cada vez mais, acabara de ganhar um Globo de Ouro com Quase Famosos e parecia bem embalada para se tornar numa actriz cada vez mais popular e requisitada. Ela realmente fez um trabalho muito bom neste filme, que é talvez o melhor filme dela até ao momento. Por outro lado, Mathew McConaughey também fez um trabalho excelente, articulando-se muito bem com ela e dando à personagem dele uma aura de charme e simpatia que combinava bem com a beleza e bom humor de Hudson. O filme conta ainda com boas participações de Bebe Neuwirth, Adam Goldberg e Kathryn Hahn.

Tecnicamente, o filme não é brilhante, mas também não é isso que se espera dele. Tem uma boa cinematografia e bons cenários, os figurinos estão dentro daquilo que esperávamos ver e a edição foi executada de modo satisfatório. O filme tem um ritmo agradável e a banda sonora faz o seu trabalho de modo discreto, deixando aos actores (e muito especialmente a Hudson) o palco necessário para fazer humor.